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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Canção da Serpente


Desde o tempo da maçã
Que me reservam o papel de vilã.
Eu não esquento! Nunca fui santa!
Eu sou da massa!
E o underground é o que me encanta
Sou toda torta e o que importa.
É que falem de mim.
Falem mal!
Mas que falem de mim!
Metam o pau!
Não vou me culpar por ser assim.
Falem de mim.
Falem mal!
Mas que falem de mim!
Metam o pau!
Já me acostumei a ser assim
Ambiciosa
Ardilosa
astuciosa
delituosa
gananciosa
impetuosa
impiedosa
insidiosa
invejosa
maliciosa
misteriosa
nervosa
odiosa
orgulhosa
perniciosa
preguiçosa
silenciosa
sinuosa
tendenciosa
vaidosa
venenosa
Toda prosa e underground
Marginal.
Não faz mal.
Mas não vou me culpar por ser assim.
Tenho poucas respostas e algumas verdades
Que não garantem a felicidade.
Posso conduzi-lo numa delirante viagem
Sou a porta e o porto, sou um ponto de passagem.
Sou a ponte e a fonte.
E você vai descobrir...
Sou legal
Por não saber mentir
Me dou mal.
Mas não vou sofrer por ser assim.
O que falam de mim.
Falam mal
Mas que falem de mim
Não faz mal!
Já me acostumei a ser assim.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Kill the partner

Kill the partner
Do Right now  
While she cleans the house 
Is the way 
For to be free today   
Right now while she attends  
A Sunday program in the TV   
Before she begins to whine 
Counting all her sacrifice 
Kill the partner 
Kill your routine life   
 
Kill the partner 
Because the blame 
Is yours of her to be unhappy. 
The love is a shame 
When the heart is a cage 
She could have studied more.   
She could be a beautiful storm. 
She could be shine and shine 
With a different man every night
Kill the partner
Kill the perfect life   
 
Kill the partner 
Because you dreams too 
With teenagers in the pool   
But, the future can bring some peace 
In the end of this pain you believe 
But, you not will endure   
The sex, the voice, hair and face,   
And the finish, you will hating 
You not be a generous man   
Is a fake until the last bone 
You will never lower the weapons 

Kill the partner   
Do a favor to her   
Kill your partner   

Do you wanna die?
Is only you wanna die.


 Tradução:

Mate sua parceira
Faça agora mesmo
Enquanto ela limpa a casa
É o modo
Para ser livre hoje
Agora mesmo enquanto ela assiste
Um programa de domingo na TV
Antes dela começar a se lamentar
Contando todo o sacrifício dela
Mate sua parceira
Mate sua de rotina

Mate sua parceira
Porque a culpa é sua, se ela está infeliz. 
O amor é uma vergonha
Quando o coração é uma gaiola
Ela poderia ter estudado mais.   
Ela poderia ser uma tempestade bonita. 
Ela poderia ser brilho e brilho
E ela poderia ter
Um homem diferente todas as noites
Quem disse que é uma vida perfeita?
 
Mate sua parceira
Porque você também sonha
Com adolescentes na piscina
Talvez, o futuro possa trazer um pouco de paz.
Você acredita no fim dessa dor
Mas, você não suportará.
E acabará odiando
O sexo, a voz, o cabelo e a face dela.
Você não é um homem generoso
É uma fraude até o último osso
Mas nunca abaixará as armas
   
Mate sua parceira
Faça um favor a ela
Mate sua parceira
Antes que ela o faça!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Jovem Guarda

Leia as "falas" com sotaque da Bahia.

CENA 15. VARANDA DE UMA CASA NA BAHIA. EXTERNA. NOITE.
GILDÁSIO E MARIANO estão deitados em redes de dormir e cada um tem um violão. Mariano se ocupa de afinar o seu e Gildásio tira algumas notas e harmonias.
Gildásio — O que você acha?
Mariano — Acho o quê?
Gildásio — Da pergunta que lhe fiz meia hora atrás!
Mariano — Meia hora atrás? Antes das cento e noventa e sete que você fez depois? Eu não me lembro!
Gildásio — Perguntei se você acha interessante a gente participar do Festival de MPB? Você não acha que podíamos participar desse festival?
Mariano — Podia.
Gildásio — Mostrar as nossas canções e externar as inquietudes, as grandes explosões e as nebulosas em todo esse processo niilista do nosso universo em expansão!
Efeito e letreiro com nome da personagem: GILDÁSIO, 24 ANOS.
Mariano — A geléia geral!
Gildásio — Isso dá uma música!
Mariano — Afina o violão e acompanha... “A geléia geral, a nave espacial, o ponto final, aquele olhar fatal. É mal! Eu estou caindo, saindo da geléia geral!”.
Efeito e letreiro com nome da personagem: MARIANO, 24 ANOS.
Gildásio — Maravilha, meu preto!
Mariano — Pensando melhor, mostrar nossas canções, conquistar espaço para divulgar nossas idéias...
Gildásio — Construir um manifesto, com elas!
Mariano — Mas isso significa ser um sucesso!
Gildásio — É verdade! Para alcançar as massas temos que satisfazer a fome do sistema.
Mariano — Que vai nos absorver! Vamos ser famosos, vamos ficar ricos, ser capa de revista, noticia de jornal, convidado ilustre do prefeito municipal de Santo Amaro!
Gildásio — Mãinha vai nem poder sair às ruas!
Mariano — E a gente ficando gordo!
Gildásio — E a gente ficando cínico!
Mariano — Melhor ir, não!
Gildásio — Melhor ir não!
E voltam rotina de antes.
Corta para:

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Se o meu príncipe chegar

Se o meu príncipe chegar
diga-lhe que fui a luta
diga-lhe que virei puta
porque cansei de esperar

Se o meu príncipe chegar 
mostre-lhe a minha foto
diga-lhe que eu não volto
porque cansei de esperar
As virgens são bem raras
os príncipes são tão raros
meus dias são tão caros
E eu só tenho a minha cara
eu não aguento as suas taras
porque cansei de esperar

Vou casar com um mascate
ou vou virar biscate
quero é mais viver a night
porque cansei, cansei de esperar.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Eu não estou lá

Eu não estou lá!
Todos os dias eu olho o firmamento,
E o encontro no mesmo lugar,
Então se a vida prossegue a contento...
Como se explica esta falta de ar?
Respirar!
Não consigo respirar!
Me mover...
Não posso me mover!
Mesmo parado tendo a não me equilibrar.
Eu sei que existe um lugar.
Talvez um lar.
Talvez um bar!
Mas é inútil!
Porque eu não estou lá!
Todos os dias eu olho ao redor
E vejo o passeio dos desesperados
Sombras aflitas; migalhas de brilho e pó.
E mesmo com os meus ouvidos lacrados.
Olhos vazados! Lábios costurados.
Puto e calado
Pulsos atados
Antes da queda ainda consigo pensar
Deve haver algum lugar
Onde me isolar
Onde meditar!
Pela minha paz
Mas eu não estou lá
Eu sinto o peso dos olhares superiores,
Dedos em ristes apontando para mim
São bons soldados, juízes e os senhores.
Eles me querem bem longe dos seus jardins
Eles engraxam a roda universal
Eles recolhem o imposto semanal
Eles prometem a satisfação
Eles patrocinam minha doce ilusão
Minha poesia é um bisturi
A letra amarga, o sangue no olho,
A tripa exposta. Eu quero lhe abrir.
Descobrir em você o que me faz sufocar.
Precipitar... Desmoronar...
Estreitar... e desacelerar.
Alguém aqui podia ser o meu lugar.
Mas é inútil!
Porque eu não estou lá!